A ideia de que uma “dieta branca” precisava ser adotada durante um clareamento dental foi por muito tempo difundida entre profissionais e pacientes.
No entanto, já existem evidências científicas que comprovam que alimentos pigmentados, como o café, não interferem na efetividade do gel clareador durante o tratamento.
Quer saber mais sobre esse assunto? Continue lendo esta matéria e entenda o que é a dieta branca e quais os reais cuidados a serem tomados para garantir o sucesso do clareamento.
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O que é dieta branca?
A “dieta branca” é um tipo de dieta que por muito tempo foi prescrita pelos cirurgiões-dentistas.
O objetivo era que, durante e após o tratamento clareador, o paciente consumisse apenas alimentos “brancos”, como leite, arroz, queijo e batatas, para evitar que o resultado estético fosse comprometido.
Essa recomendação surgiu, pois acreditava-se que o consumo de alimentos pigmentados poderia prejudicar a eficácia do tratamento clareador, e que após o procedimento, o esmalte estaria mais suscetível a manchas.
Mas, com o passar do tempo, essa prática começou a ser questionada, e estudos têm mostrado que consumir apenas alimentos brancos não é tão eficaz quanto se pensava.
O que dizem os estudos?
De fato, o clareamento com géis clareadores promove alterações na superfície do esmalte dentário, o que aumenta a permeabilidade dental.
No entanto, nos últimos anos, alguns trabalhos evidenciam que o consumo de alimentos pigmentados, como o café, não interfere nos resultados do tratamento.
Efeitos clínicos da exposição ao café
Um estudo publicado pela Operative Dentistry em 2013, investigou se a exposição ao café durante o clareamento com peróxido de carbamida (CP) a 16% afetava o grau de clareamento e a sensibilidade dentária.
Os pesquisadores dividiram os pacientes em dois grupos: um que não bebia café e outro que consumia a bebida pelo menos duas vezes ao dia. Após três semanas de tratamento, chegaram aos seguintes resultados.
Sensibilidade: 57% dos participantes apresentaram sensibilidade dentária, mas não houve diferença na intensidade dessa sensibilidade entre os grupos;
Clareamento: Após a avaliação da tonalidade, o clareamento efetivo foi observado em ambos os grupos, sem diferença estatística.
Outro estudo mais recente, publicado em 2020 pela Revista de Odontologia da UNESP, também analisou a influência do café durante o clareamento dentário.
Para avaliar a mudança de cor, os pesquisadores realizaram a imersão de dentes bovinos em solução de café durante clareamento dentário caseiro com gel de peróxido de carbamida a 16%.
A conclusão não foi diferente: o café não interferiu nos resultados do clareamento dental, independentemente do tempo após o procedimento. Assim, as restrições alimentares se mostraram desnecessárias.
O que pode justificar o sucesso dos clareamentos mesmo entre os pacientes que consumiram café, é a presença saliva durante o uso da moldeira de clareamento. A saliva pode ajudar a repor os minerais perdidos pela estrutura dentária durante o procedimento clareador, além de neutralizar o baixo pH do café.
Outro aspecto que corrobora para os resultados é que compostos como o café e outras bebidas causadoras de manchas extrínsecas apresentam alto peso molecular. Então, dificilmente conseguem penetrar no esmalte dental, cuja estrutura só permite a passagem de moléculas de baixo peso molecular.
Além disso, como as manchas extrínsecas estão relacionadas à absorção de pigmentos na superfície do esmalte dental e ao biofilme, podem ser facilmente removidas com a profilaxia odontológica profissional.
Quais os cuidados reais com o clareamento dental?
Embora a “dieta branca” não tenha comprovação científica quanto à sua eficácia durante o tratamento clareador, existem cuidados reais que podem ser tomados para manter o resultado do clareamento e reduzir possíveis efeitos colaterais, como a sensibilidade dental.
O uso de agentes dessensibilizantes, como o nitrato de potássio, é muito importante para reduzir a sensibilidade dental, independentemente da técnica clareadora escolhida – seja caseira ou de consultório.
Ao mesmo tempo, manter uma higiene bucal adequada também é essencial para evitar manchas extrínsecas, assim como ir regularmente ao dentista para a realização de profilaxias dentais.
Por fim, é importante destacar que ainda não há evidências robustas que comprovem a necessidade de restrições alimentares e adoção de uma “dieta branca” em tratamentos como o clareamento dental.
Logo, mais estudos clínicos são necessários para esclarecer definitivamente essa questão e garantir o melhor cuidado para os pacientes.
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