Os planos odontológicos, também chamados de convênios odontológicos, apresentaram grande crescimento a partir da década de 1990, com a expansão das operadoras de saúde.
Os serviços são regulamentados por diversas leis e normas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), para garantir a qualidade e a transparência dos serviços oferecidos.
A decisão de credenciar um consultório odontológico ou uma clínica odontológica é uma dúvida comum na Odontologia, pois ao mesmo tempo que é uma oportunidade para crescer a receita, há inseguranças sobre a dinâmica das operadoras, como por exemplo a burocracia e remuneração dos profissionais.
Neste artigo, vamos abordar o cenário das operadoras de saúde bucal no Brasil, as principais vantagens e desvantagens em atender convênios, e compartilhar dicas práticas para o profissional avaliar suas necessidades e tomar decisões estratégicas sobre realizar o credenciamento em convênios odontológicos.
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O que é plano odontológico?
Os planos odontológicos são serviços de assistência à saúde bucal contratados por pessoas físicas (plano individual ou familiar) ou jurídicas, que oferecem cobertura para uma série de procedimentos, desde tratamentos preventivos até tratamentos complexos, de acordo com a modalidade contratada.
O beneficiário paga mensalidades e tem acesso à uma rede credenciada de dentistas de diversas especialidades odontológicas.
Já os dentistas credenciados ao convênio odontológico recebem por procedimento realizado, segundo uma tabela de valores definida pela operadora, que pode variar bastante entre os planos.
No Brasil, os convênios odontológicos são regulamentados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Esse crescimento ocorreu por causa da regulamentação do setor e do crescimento das empresas que oferecem o convênio odontológico como benefício, democratizando o acesso à saúde bucal e impactando na dinâmica de atendimento em clínicas e consultórios.
Como se credenciar?
Para o dentista ser credenciado, os processos e documentações variam entre as operadoras, mas a lista padrão inclui:
Incrição ativa no CRO;
Licenças sanitárias e alvarás;
Inscrição na prefeitura;
Comprovante de endereço;
Cópias de diplomas, certificados e títulos acadêmicos;
CNPJ ou CPF;
Contrato social, para credenciamento de clínicas;
Dados bancários;
Cadastro de procedimentos realizados pelo profissional.
É importante que os dentistas estejam familiarizados com as normas da ANS ao realizar o credenciamento, como por exemplo os direitos dos pacientes, direitos do dentista e processos burocráticos da operadora, incluindo as condições de pagamento, os prazos de reembolso e as responsabilidades de cada parte no contrato.
Para realizar o atendimento e evitar glosas e recusas de pagamento, é importante o dentista estar familiarizado com as normas de cada convênio e preencher corretamente as guias.
Vantagens do plano odontológico para dentistas
Para o dentista avaliar, se em seu momento profissional atual, vale a pena aceitar plano odontológico, é preciso avaliar as vantagens e desvantagens em realizar o credenciamento.
Conheça os principais benefícios para clínicas e consultórios:
Aumento do volume de pacientes:
Ao realizar o credenciamento, o profissional terá uma base ampliada de pacientes, sendo uma ferramenta de captação de clientes.
Visibilidade e marketing:
A presença da clínica ou consultório nas plataformas das operadoras também funciona como uma estratégia de divulgação dos serviços, sendo também uma estratégia de captação e fidelização de pacientes.
Otimização da agenda de atendimento
Devido ao atendimento de novos pacientes, o profissional consegue reduzir a ociosidade em horários menos disputados, aumentando a produtividade da clínica/consultório.
Potencial para atendimento particular
Há diversos procedimentos que não são cobertos pelos planos, existindo a possibilidade do paciente pode optar por realizar procedimentos particulares com um profissional que já o atende, devido ao vínculo profissional.
Diversificação da receita
Atender convênios é uma forma de diversificar o faturamento, reduzindo a dependência exclusiva de pacientes particulares, sendo uma forma de promover uma renda “fixa” mensal.
É importante lembrar, que por meio do atendimento de pacientes credenciados, o dentista garante um fluxo constante de clientes, contribuindo para o planejamento financeiro e operacional do consultório.
Desvantagens do plano odontológico para dentistas
Se, por um lado, há benefícios para o profissional, por outro há diversos desafios que precisam ser considerados, sendo eles:
Baixa remuneração
Os valores pagos pelas operadoras costumam ser bem abaixo dos preços praticados no tratamento particular, exigindo o atendimento em grande volume de pacientes para compensar financeiramente.
Glosas
As recusas de pagamento, chamadas de glosas, são comuns devido à falhas burocráticas e divergências na interpretação da cobertura do plano.
Burocracia e demora no recebimento
A burocracia para autorizações e análises por parte da operadora torna o processo lento, impactando o fluxo de caixa da clínica.
Controle e limitações nos tratamentos
Algumas operadoras impõem restrições quanto ao uso de determinados materiais e abordagens clínicas, limitando a autonomia profissional.
Volume de atendimento
Para compensar financeiramente, muitos profissionais aumentam o número de atendimentos por dia, o que pode comprometer a qualidade de vida do profissional e o tempo de atendimento.
Percepção de valor
Pacientes de convênio podem associar o atendimento a algo de baixo custo, o que pode afetar a valorização dos serviços particulares oferecidos pelo profissional.
Por causa das desvantagens, para minimizar os desafios do plano odontológico, é fundamental o dentista analisar a tabela de preços, cobertura de serviços e o processo de pagamento de cada operadora, para não afetar o fluxo de caixa e a dinâmica dos atendimentos.
Dicas para dentistas que atendem convênio odontológico
Para valer a pena o atendimento à paciente de operadoras, o dentista precisa organizar sua rotina clínica e criar processos, para otimizar os resultados financeiros.
A seguir, veja algumas dicas para profissionais que decidem pelo atendimento de convênios:
Gestão do consultório odontológico/clínica
Análise de custo-benefício de cada convênio odontológico;
Negociação de contratos;
Investimento em equipe e treinamento profissional para lidar com a demanda;
Gestão financeira eficiente para evitar problemas de fluxo de caixa.
Gestão da agenda odontológica
Bloqueio de horários específicos para convênio e particular;
Utilizar softwares de gestão para otimizar o agendamento e a produtividade da equipe.
Comunicação com o paciente
Informar sobre as coberturas e limitações do plano;
Explicar com quando será necessário complementar o tratamento com procedimentos particulares, devido à cobertura da modalidade do plano contratada pelo paciente.
Marketing Odontológico
Presença digital (site e redes sociais);
Divulgar os convênios atendidos;
Mesmo atendendo convênio, se posicione como referência em qualidade.
É importante lembrar que a decisão de aceitar ou não o credenciamento em operadoras vai muito além do “vale ou não vale a pena”, sendo fundamental o dentista avaliar seu momento profissional, seus objetivos e o modelo de negócios que deseja implementar.
Conclusão
O credenciamento em convênios odontológicos pode ser uma ferramenta para captação e fidelização de pacientes, além de estabelecer uma receita fixa e manter um fluxo constante de pacientes.
Por isso, o profissional deve analisar diferentes tipos de planos, conhecer as normas da ANS e implementar estratégias de marketing, para oferecer serviços de qualidade e atrair mais pacientes.
Realizar o credenciamento é uma decisão que pode transformar a dinâmica do atendimento odontológico, sendo fundamental levar em consideração seu momento profissional e qual o modelo de negócios quer implementar em curto, médio e longo prazo.
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CRO SP-77324
Cirurgiã-dentista pela Universidade Paulista (UNIP), especialista em endodontia pelo Hospital Geral do Exército de São Paulo (HGESP) e especialista em marketing pela Universidade Mackenzie.
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