No consultório odontológico, os pacientes são frequentemente expostos a diversas substâncias, algumas das quais podem causar reações alérgicas. Essas reações podem ser desde manifestações leves, como urticárias, até quadros mais graves, como o choque anafilático.
Diante deste cenário, é importante que você esteja preparado não apenas para identificar alergias odontológicas, mas também prestar toda a assistência necessária para garantir a segurança do paciente.
Quer saber mais sobre o tema? Continue a leitura e confira informações essenciais sobre reações alérgicas, os tipos mais comuns e as principais estratégias de manejo em caso de emergência.
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Tipos de Reações Alérgicas na Odontologia
As alergias nada mais são do que casos de hipersensibilidade em que o organismo responde de maneira exagerada a um determinado antígeno, que nesse caso é denominado alérgeno.
Na odontologia, essas reações podem ser desencadeadas por diferentes materiais ou substâncias utilizadas na prática clínica, como anestésicos, medicamentos, materiais dentários e até mesmo produtos descartáveis, como luvas e diques de borracha.
Segundo a classificação de Gell e Coombs, as reações de hipersensibilidade são divididas em quatro tipos: I, II, II e IV. Na prática odontológica, as mais comuns são as do tipo I e IV.
Classificação das reações de hipersensibilidade
Tempo para a reação alérgica
As reações alérgicas podem se manifestar de formas diferentes, dependendo do tempo de resposta ao alérgeno:
Veja a diferença entre elas:
Reação alérgica imediata: Se manifesta poucos minutos após o contato com o alérgeno.
Reação semi-imediata: Após o contato com o alérgeno, pode levar horas para se manifestar;
Reação retardada: Ocorre de forma tardia, ou seja, alguns dias após o contato com o alérgeno.
Vale destacar que nem todas as reações apresentadas pelos pacientes no consultório são alérgicas. É preciso saber diferenciar reações alérgicas de outros tipos de reações, como toxicidades provocadas pelo uso de anestésicos ou flúor, e até mesmo respostas psicogênicas, como síncope e ansiedade.
Principais agentes alergênicos no consultório odontológico
Na odontologia, as reações alérgicas podem ser causadas por diversos agentes, sendo os mais comuns:
Látex
Presente nas luvas de procedimento e lençóis de borracha, pode desencadear reações leves, como vermelhidão da pele, erupção cutânea, urticária ou coceira, a graves, incluindo problemas respiratórios.
Anestésicos Locais
Embora raro, os anestésicos e seus conservantes podem desencadear reações alérgicas no paciente. Após a aplicação, fique atento a sintomas como vermelhidão na pele, tontura, náusea e dificuldade respiratória.
Materiais Dentários
Alguns materiais dentários também podem ser alergênicos. É o caso das resinas (especialmente monômeros), elementos endodônticos (hipoclorito de sódio, formaldeído, pasta zincoenólica), ligas metálicas (amálgama, mercúrio, níquel), materiais de moldagem.
Medicamentos
Antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios prescritos no consultório também podem causar reações. Nesses casos, o paciente poderá apresentar sintomas como urticária (coceira), edema (inchaço dos lábios, língua ou rosto), erupções cutâneas, entre outros.
Outros agentes
As substâncias presentes em dentifrícios, enxaguatórios bucais e soluções antissépticas (clorexidina) também podem desencadear alergias, especialmente em pacientes sensíveis.
Sinais e sintomas de reações alérgicas
As alergias podem apresentar diversos sinais e sintomas, tanto imediatos quanto tardios. Aqui estão as principais alterações que podem ser observadas durante uma reação:
Urticária;
Angioedema;
Rinite;
Broncoespasmo;
Edema de laringe;
Anafilaxia.
Vale destacar que reações anafiláticas (choque anafilático), embora raras, demandam intervenção médica imediata. Elas evoluem rapidamente e podem colocar em risco a vida do paciente, por isso, fique atento aos seguintes sinais:
I) Primeira fase – sintomas iniciais
Manifestações cutâneas (vermelhidão, urticária);
Prurido (coceira generalizada);
Ardência e vermelhidão ocular;
Coriza;
Cólicas abdominais;
Incontinência urinária;
Perda do controle dos esfíncteres.
II) Segunda fase – comprometimento respiratório
Tosse persistente;
Broncoespasmo (chiado no peito);
Dificuldade respiratória (dispneia);
Edema de laringe;
Cianose (coloração azulada da pele e mucosas).
III) Terceira fase – comprometimento cardiovascular
Arritmias cardíacas;
Taquicardia;
Queda da pressão arterial (hipotensão);
Perda da consciência;
Parada cardiorrespiratória.
Anamnese: por que ela é importante para a prevenção de alergias?
A anamnese é uma etapa fundamental, que ajuda a prevenir reações alérgicas no consultório e garantir a saúde e segurança do paciente. Com base nas informações obtidas, é possível:
Investigar o histórico do paciente
Identificar possíveis alergias (medicamentos, alimentos, materiais), doenças sistêmicas (asma, rinite), medicamentos em uso, entre outros.
Prevenir Emergências
Reduzir riscos e adaptar o plano de tratamento do paciente, evitando emergências durante o atendimento odontológico.
Construir uma relação de confiança
Criar uma boa relação entre dentista e paciente, facilitando o diálogo ao longo do tratamento e promovendo um ambiente acolhedor.
Registrar as informações
Os dados do paciente ficam registrados e acessíveis para consultas futuras, garantindo que todos os cuidados serão tomados durante o tratamento do paciente.
O que fazer em caso de reação alérgica no consultório?
Caso o paciente apresente uma reação alérgica, é importante seguir as seguintes medidas:
Interrompa imediatamente o procedimento e suspenda o agente causal, seja ele uma medicação, substância ou produto.
Remova qualquer dispositivo que estiver na boca do paciente.
Posicione o paciente de maneira adequada e avalie os sinais vitais.
Busque suporte médico e realize os primeiros socorros até a chegada do serviço de emergência.
Se necessário, administre anti-histamínicos ou outras medicações (corticoides, adrenalina e broncodilatadores).
Continue observando o paciente e monitorando seus sinais vitais;
Se for o caso, administre oxigênio.
Equipamentos essenciais para emergências odontológicas
O consultório odontológico precisa estar devidamente preparado para emergências. Um kit de primeiros socorros é indispensável no ambiente clínico e deve dispor dos seguintes dispositivos:
Monitor de pressão arterial e frequência cardíaca;
Oxímetro;
Glicosímetro;
Sistema portátil de oxigênio;
Desfibrilador externo automático;
Medicamentos de emergência (antialérgicos, adrenalina, corticoides, etc.)
Como prevenir alergias odontológicas?
A prevenção é a melhor forma de evitar quadros alérgicos no consultório. Para isso:
Tenha uma boa comunicação com o paciente
Realize uma anamnese detalhada e, a partir das informações coletadas, identifique pacientes alérgicos ou possíveis candidatos.
Solicite testes de alergia (em casos específicos)
Em caso de suspeita de alergia, solicite ao paciente que realize testes para confirmar ou descartar a presença de hipersensibilidade a determinadas substâncias.
Aposte em materiais hipoalergênicos
Utilize materiais alternativos ou hipoalergênicos, a fim de prevenir quadros de hipersensibilidade no consultório odontológico.
Invista em treinamentos e cursos
Capacite sua equipe para lidar com reações alérgicas, inclusive em emergências, em que é necessário prestar os primeiros socorros.
Neste conteúdo, vimos que o dentista tem um importante papel na prevenção e manejo de reações alérgicas odontológicas.
Logo, é importante manter-se atualizado em relação ao tema, principalmente no que diz respeitos ao atendimento em situações emergenciais, garantindo, assim, a segurança e saúde do paciente em qualquer circunstância.
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